Todo homem e toda mulher tem seu preço? Ao ler ou ouvir isso muitos batem no peito e dizem “Eu não me vendo por valor nenhum!”, outros, mais realistas pensam: “Depende do que é para fazer e do quanto irão pagar”. No meu caso, não hesito em dizer que aceitei ser comprado, por um bom valor e isso me trouxe benefícios e malefícios depois. Para entender bem essa história, preciso voltar à metade dos anos 90, quando eu então com 24 anos estava galgando alguns passos dentro de uma empresa milionária que administrava todos os negócios referentes aos frigoríficos e também às fazendas do senhor Antônio Vasquez.
Meu nome é Felipe, e naquela época era um cara com certa beleza, não lindo, 1,83m, 79kg, branco, olhos verdes, cabelos negros e corpo em forma. Entrei nessa empresa ainda como estagiário aos 19 anos, ralei demais, era um pouco desmerecido pela turma mais acima que achava que eu era jovem demais, mas eu via nisso, um certo receio deles em relação à minha dedicação e pró-atividade, inveja e medo de perderem o lugar é algo comum em muitos ambientes de trabalho. Fui efetivado graças à minha competência e passei a ser uma peça relativamente importante na empresa, falava inglês e espanhol de maneira fluente, não ficava aborrecido se tivesse que trabalhar mais horas e até finais de semana. Entretanto, o senhor Vasquez parecia não reconhecer o meu talento me pagando um salário menor que o de outros que exerciam a mesma função, sem darem o mesmo resultado. Isso começou a mudar quando o informei que havia sido convidado para trabalhar em outro local e expliquei que era uma oportunidade interessante, um segmento diferente para crescer, mas ele me cortou com certa empáfia:
-Tudo isso é porque quer ganhar mais, não é? Pode falar. Me poupe do papinho de oportunidade de aprender coisas novas, um novo ciclo, o que você quer é dinheiro, quanto está ganhando?
Como nossa moeda e câmbio variavam muito, para entenderem o quanto eu ganhava, direi o valor em dólar, eramsalário bem acima do mínimo, mas longe de ser ótimo. Respondi a Vasquez que na mesma hora disse:
-Realmente, uma bosta de salário para a função que exerce. Olha, não vou negar você e o Edson estão merecendo uma promoção, um cargo de diretoria, mas só abrirei uma vaga em breve, portanto, apenas um dos dois, será diretor aqui e você tem as maiores chances. Vamos fazer assim, te dou um aumento para 2.500 dólares mensais e se daqui a seis meses sentir que merece, te promovo ao cargo na diretoria ganhando 7 mil dólares no começo.
Aquilo era um salto absurdo, basta multiplicarem hoje o dólar para verem o aumento que obtive e que ainda poderia ser bem mais. Não consegui esconder minha satisfação e agradeci ao senhor Vasquez prometendo me empenhar para ficar com a vaga.
A partir do mês seguinte, comecei a ganhar mais que o triplo e comecei a sonhar com a promoção, um novo aumento e uma vida nova.
Eu estava prestes a me tornar noivo de Elisa, já estávamos juntos há um ano. Ela tinha 20 anos, era do tipo ninfeta, loira natural, cabelos lisos que iam até os ombros, olhos castanhos e arredondados, lábios sensuais, seios médios, empinados com aréolas pequenas e rosadas, bumbum também médio e lisinho, pernas bem torneadas. Antes de mim, Elisa só teve um homem, seu primeiro namorado. Transávamos muito, em diversos lugares, inclusive em público, tínhamos um pique grande.
Numa dessas vezes, ainda no começo de namoro, lembro-me que estávamos na praia e havia uma plataforma em formato de “T” onde as pessoas podiam pescar ou simplesmente ir até o fim para apreciar o mar. Eram umas 17h e não tinha quase ninguém, apenas alguns pescadores e uma ou outra pessoa caminhando. Decidimos ir para uma das pontas, abracei-a por trás, no começo sem malícia, mas logo, a safada começou a rebolar sutilmente em meu pau, estava de minissaia e blusinha, decidi tocar-lhe uma discreta siririca, enquanto ela se inclinava no murinho da plataforma para que meus dedos a tocassem melhor. A coisa foi esquentando, sua boceta estava encharcada e não resisti abaixei um pouco sua calcinha, coloquei apenas meu pau para fora da plataforma, sem abaixar muito a
bermuda e passei a penetrar sua xana bem devagar, ela de costas para mim. Foi espetacular, ao invés de uma rapidinha selvagem, eu apenas fazia movimentos de vai e vem leves entrando e saindo de sua boceta apertada. Elisa gemia baixo, tenho certeza que dois pescadores perceberam, mas ficaram olhando e disfarçando sem nada dizer. Num tempo em que não havia celulares nem câmeras na mão de todo mundo, transamos gostoso por vários e vários minutos até que os gemidos de minha garota se intensificaram e decidi tacar o foda-se bombando com uma força alucinante e arrancando berros dela que se fundiram com o barulho das ondas, gozamos de maneira alucinante e sem nenhum constrangimento, nos vestimos e passamos pelos pescadores que nos olhavam visivelmente perturbados.
Voltando ao meu trabalho, por ser um personagem muito importante para a história, vale contar um pouco sobre Vasquez. Era um homem de 55 anos, branco, cabelos brancos apenas na parte de cima como se fossem um imenso tufo de algodão, grisalhos dos lados atrás e levemente desgrenhados; tinha as maçãs do rosto bem vermelhas como as de um bebê gordo; usava um imponente cavanhaque onde pelos negros e brancos se misturavam e era um pouco barrigudo. Quando estava pelo interior, vestia-se como um sertanejo das antigas: botas com a calça por dentro delas, cinturão, chapéu e até colete. Já quando estava na Capital, adotava outro visual, paletó, camisa listrada, calça
comum, mas as botas, essas o velho Vasquez fazia questão de usar. O pai dele enriqueceu comprando e vendendo gado pelo interior de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas foi ele quem realmente ficou milionário, tinha três frigoríficos e cinco fazendas em três estados. Morava numa das fazendas no interior de São Paulo, mas vinha toda semana, em seu avião particular, para passar dois, no máximo três dias na Capital participando de reuniões e se inteirando de tudo. Ao término dessas reuniões, sempre ia para um apartamento em Higienópolis onde fazia suas festinhas com uma ou duas modelos. Teve um filho que faleceu dois anos antes em um acidente de carro (estava fazendo racha a mais de 200 km por hora) e uma filha, Isadora, que estava com 20 anos e no futuro seria a dona de todo aquele império.
Apesar de aprontar suas farrinhas, Vasquez era extremamente moralista quando o assunto era família, além de ser um católico fervoroso, inclusive ajudando a reformar igrejas e participando de vários projetos beneficentes. Em seu círculo de amigos milionários, fazia questão de aparentar que vivia um casamento sólido e cristão. Dizia que a filha teria que se casar com alguém do mesmo nível que o dela, ou seja, um milionário. Sua esposa era uma linda coroa de 45 anos, morena jambo, que tinha sido miss Mato Grosso do Sul no passado. Vasquez era figura carimbada em
colunas sociais e em programas de TV que mostravam as festas dos ricaços. Mas não parava por aí, por ser um nome relevante no setor da agropecuária, tinha trânsito livre para falar com diversos Ministros que ocuparam a pasta da Agricultura em diferentes governos. Em suas festas, além de ricos e famosos, era comum a presença de políticos graúdos, resumindo, era uma figura poderosa em vários meios e por isso tinha uma imagem a zelar.
Seis meses se passaram desde quando fiz um acordo com Vasquez e, vendo que eu demonstrava muitas habilidades e uma vontade enorme de dar certo, ele cumpriu com sua promessa e me promoveu para ser um dos diretores, além disso, ganhei mais um aumento e obtive até uma sala e uma secretária só para mim. Isso despertou alguns narizes torcidos para mim de outros que sonhavam com a vaga, especialmente de Edson, um cara muito centrado, era pequeno e sempre me lembrou aquele cantor cafona ao extremo Zezé di Camargo, quando esse ainda era novo, porém Edson se vestia de maneira mais sóbria, sempre terno e gravata.
Com as coisas progredindo na minha vida profissional, decidi que era hora de me tornar noivo de Elisa. Fizemos uma grande festa. Aluguei um apartamento maior e mais bem localizado, móveis novos e caros, e ela passou a dormir várias noites da semana comigo. Estávamos trepando muito e minha noiva se mostrava cada vez mais tarada por rola.
Mais seis meses se passaram e tudo no trabalho ia bem, a única coisa que me deixava um pouco cismado era o jeito de agir de Edson, que antes da minha promoção, estava no mesmo patamar que o meu. Apesar dele bancar o legal, com elogios a todo momento, não sei, mas algo me soava falso nele. Em algumas reuniões em que eu expunha algum relatório ou ideia, ele sempre elogiava, mas encaixava um “mas” ou “e se” e vinha com uma ideia furada que logo era descartada pelos outros diretores que optavam por ficar com a minha. Resolvi ficar de olho nele.
Após um ano vivendo muito bem, especialmente nos últimos seis meses, minha vida sofreu uma mudança literalmente do dia para à noite. Era uma sexta-feira, final de expediente, quando Cristiano (apelidado na empresa de cão fiel de Vasquez por limpar toda e qualquer sujeira do patrão com discrição), me avisa que o chefe queria falar comigo agora.
Subi um andar que era onde ficava a sala de Vasquez, até estranhei o coroa ainda estar lá àquela hora. Quando entrei, ele com um ar desconfiado perguntou a Cristiano:
-Tem certeza que não tem mais ninguém no andar? Secretária? Gente da limpeza?
-Mandei todos descerem. – Respondeu Cristiano.
Achei aquilo muito sinistro, mas decidi esperar para saber o que ele queria:
Vasquez estava sentado de frente a mim com um olhar desconfiado, não começava a falar, talvez estivesse buscando coragem, até que desandou a falar:
-Me diga, Felipe, se eu te propusesse um negócio diferente, onde você ganhasse um milhão de dólares livres, por ano, durante oito anos seguidos, ou sei lá, dez anos, você toparia?
-A resposta é meio óbvia, doutor Vasquez, depende de qual seria esse negócio. Tem coisas que nem por um milhão.
Com a rapidez de um felino, Vasquez perguntou:
-Depende é? Então diz: me daria a bundinha duas vezes por semana por oito anos em troca dessa bufunfa toda?
Cristiano não aguentou e caiu na gargalhada, Vasquez, também gargalhou de maneira estridente, ficando vermelho a ponto de tossir e quase cair da cadeira, e eu esbravejei, mas rindo também.
-Ah! Porra! Fizeram um puta suspense, tirando todo mundo do andar, só para fazerem essa zoeira?
Vasquez até chorou de rir, depois limpou os olhos e disse:
-Desculpe-me, nem era para estar brincando diante da gravidade, mas é que foi impossível resistir a essa levantada de bola que você deu, viu a cara dele, quando perguntei, Cristiano? Hilário. Mas, infelizmente, meu jovem por trás dessa brincadeira toda, tem uma proposta muito séria sim e com os valores que citei anteriormente. Claro que as coisas não são simples como você imagina ser, “aceito ou não aceito”, existem muitos prós e contras no que irei propor, mas no teu caso, no final, será um bilhete premiado tipo esse negócio de Mega Sena, multiplica oito milhões de dólares pelo valor do Real e vê se não dá para ficar muito bem.
Nesse momento, não sabia mais se era outra gracinha de Vasquez ou se vinha uma proposta que provavelmente teria alguma coisa errada para eu fazer.
-Serei direto, o que acha de se casar com a minha filha e viver uma vida que jamais imaginou que teria?
Olhei alguns instantes para a cara dele sem saber o que dizer, até que sorri e disse:
-Não entendi essa piada, doutor Vasquez.
-Não é brincadeira nem pegadinha. É uma proposta, um negócio, só que diferente do que fazemos aqui na empresa. –Respondeu de cara amarrada, seu cavanhaque parecia até ter aumentado de tamanhos com aquela carranca.
Segui olhando para ele sem entender que maluquice era aquela.
-Vou explicar tudo a você, mas já adianto que além de nós três aqui, da minha esposa e da minha filha, mais ninguém sabe nem deverá saber o que contarei e se por acaso souber, o dedo-duro pagará caro e estou dizendo de (fez um gesto com a mão e dedos como se estivesse apontando e atirando com um revólver). Veja só, Felipe, apesar dos meus pecadinhos, sou um homem religioso (fazendo o sinal da cruz), de família (erguendo a voz) e que quer o melhor para os filhos, infelizmente, há alguns anos, Deus levou meu Victor e só me restou Isadora, a minha florzinha que eu tanto queria que se casasse com um homem de família bem rica. Apesar de ficar sempre de olho nela, não dá para vigiar todos os passos, ainda mais depois que me fez concordar em dar um apartamento a ela para viver aqui em São Paulo, porque disse que estava cansada do interior, maldita hora que aceitei! Deu no que deu, arrumou um namorado, um modelo cafajeste e engravidou, mas sabe da maior? O cara picou a mula, nem no país está mais e agora descubro que minha filha está perto de completar dois meses de gravidez, estou sem chão.
Era uma situação desagradável, mas não entendia o drama de Vasquez que agia como se a filha aparecer grávida era o fim do mundo, sendo que ele era um dos homens mais ricos no setor de pecuária e frigoríficos do Brasil, o fato do tal modelo não ter assumido a criança não faria diferença nenhuma, mas foi aí que passei a entender a visão de mundo de Vasquez.
-Bem, doutor Vasquez, sem dúvida é uma situação difícil, mas não acha que está exagerando um pouco? Sua filha e seu futuro neto têm o senhor, estão bem amparados e…
-Não se trata de dinheiro! (disse alto batendo na mesa) Como acha que ficará minha reputação no meio da alta sociedade da qual eu pertenço, dos amigos ruralistas e do povo da igreja que frequento? Somos conservadores e sempre tem os fofoqueiros que além de desdenharem de mim e de minha filha pelas costas, passarão a me olhar de um jeito diferente, como se eu não estivesse à altura deles, mesmo sendo mais rico que quase todos. Além disso, minha cabeça é diferente, fui criado num outro sistema, onde mãe solteira é uma desonra. Acha que algum rapaz realmente de boa família, vai querer casar com ela agora? Claro que não! Minha filha, depois que essa criança nascer, será no máximo uma boa transa para eles e eu não quero esses desgostos. Por isso estou quebrando a cabeça desde sábado passado que foi quando recebi essa merda de notícia, cheguei a sugerir que Isadora fosse para a Europa até o bebê nascer e depois o entregasse para a adoção, mas a pirracenta, disse que não, aborto eu mesmo não aceito, então existem duas chances, passar a humilhação de ter uma filha que virará mãe solteira ou arranjar um casamento que não será com um bom partido como era meu desejo, mas também não com um safado qualquer. Por tudo isso, te pergunto, aceita a proposta de se casar com a Isadora pelo prazo mínimo de oito anos e como compensação, você ganhará um milhão de dólares por ano?
Não só eu, mas qualquer um que ouvisse aquilo, ficaria estupefato e sem acreditar que fosse verdade, e nem digo pelo dinheiro, que de fato era muito, mas pela maneira totalmente maluca que Vasquez estava tratando algo, que claro, era decepcionante, mas não para fazer um arranjo totalmente absurdo desses. Muito sem graça, tive que responder:
-Doutor Vasquez, se não for uma brincadeira sua e do Cristiano, acho que o senhor deve esfriar a cabeça, isso não tem cabimento por vários motivos, sua filha e eu devemos ter conversado algumas poucas vezes e tirando uma ocasião em uma festa, em todas as outras foram só cumprimentos. Além disso, sou noivo de aliança no dedo como dá para ver. Isso sem contar um milhão de coisas mais que poderia dizer aqui para não poder aceitar essa ideia.
-Quanto à minha filha querer se casar com você, isso ela já aceitou. Não mentirei dizendo que Isadora adorou a ideia, mas exigi que ela escolhesse entre quatro nomes aqui da empresa ou a desertaria, aliás já cancelei os cartões e os talões de cheque para a espertinha não cair no mundo, e sem ter para onde ocorrer, ela escolheu você, deve ter te achado o menos feio, o menos panaca, sei lá. Depois acertaremos os detalhes de como funcionará esse casamento, mas já adianto que não será de fachada, vocês serão marido e mulher, só peço que tenha paciência, porque mulher quando está grávida, ou quer transar toda hora ou nem quer saber de sexo, com a minha esposa foi assim, na primeira gravidez, transamos até o oitavo mês, mas na segunda, ela só vivia enjoada e sem vontade. Então, se aceitar, e sei que acabará aceitando, tenha paciência, mas depois a Isadora terá que cumprir com os seus deveres de esposa.
Eu balançava a cabeça não acreditando que aquele monte de barbaridades pudesse ser verdade, por dentro, torcia para que Vasquez caísse na gargalhada e dissesse que era outra piada, mas seu tom mão mudava.
-E essa sua noiva…Você a ama mesmo? –Perguntou meu chefe.
-Claro! Estamos praticamente morando juntos e vamos nos casar no ano que vem.
-Bem, Felipe, lamento te dizer, mas a recíproca não é verdadeira.
-Como é que é?
-Tua noiva é uma puta e tá te chifrando há pelo menos sete meses, provavelmente mais, e você ou foi muito burro ou finge não saber.
Nessa hora, achei que Vasquez tinha endoidado de vez e mesmo dependendo do emprego, não deixaria passar barato tais impropérios.
-Olha, doutor Vasquez, não permitirei que pelo fato de estar desolado com o que sua filha fez, venha falar merda da minha noiva.
Sem se abalar, Vasquez abriu a gaveta de sua mesa, retirou um envelope marrom típico daqueles onde se colocam documentos e me entregou.
Abri o envelope e havia uma dúzia de fotos de Elisa com outro cara. Em uma, os dois caminhavam de mãos dadas em plena luz do dia, pareciam ter saído de um shopping. Em outra, os dois estavam se beijando em pé. Em outra, estavam se pegando dentro do carro. Havia mais duas que mostravam claramente, eles entrando e depois saindo do motel, e na mais repugnante de todas, o fotógrafo captou os dois de frente dentro do carro, minha noiva estava agachada com a cabeça no colo dele, certamente fazendo um boquete enquanto, o cara estava com a cabeça encostada no banco de olhos fechados dando a entender que estava delicioso. Para completar, a foto tinha sido tirada há poucos metros do prédio onde eu morava, ou seja, Elisa nem se importou que alguém conhecido ou até eu mesmo a visse ali com outro num carro, à noite. Atordoado com a revelação de que era corno, demorei um pouco a perceber que o cara da foto era Celso, que ela me apresentou como se fosse um primo. Eu o vi no máximo três vezes, sendo que uma na nossa festa de noivado. Que filhos da puta! Devem ter rido muito da cara do trouxa aqui, e olha lá se não deram uma rapidinha em algum momento da celebração.
-Olha aí. Foram tiradas um tempo antes da tua promoção. Antes que pergunte por que tenho essas fotos, vou te contar, antes de promover alguém para um cargo de diretor, mando fazer uma devassa total na vida da pessoa: com quem anda, quem são os parentes, a mulher, onde frequenta, se mija fora do pênico. Já teve um que estava perto de crescer na empresa, mas descobri que o cara cheirava cocaína, teve um o outro que era viciado em baralho e cheio de dívidas, claro que não foram promovidos. No teu caso, estranhamos não ter familiares próximos, só a jovenzinha que praticamente mora com você, descobrimos que ela tinha um amante, mas isso não era motivo para eu não promovê-lo, nem iria te contar isso, não é o primeiro funcionário daqui que é corno, iiihhhhh, sei de cada rolo. Só estou te contando, porque se o motivo para recusar a proposta de se casar com a minha filha, é essa loirinha safada, problema resolvido, ela não presta!
Fiquei totalmente devastado, a sala começou a rodar e achei que iria desmaiar, talvez minha pressão tivesse caído, não conseguia me levantar e achei que fosse apagar. Vasquez me deu um copo d’água e chegou a bater de leve em meu rosto algumas vezes.
-Ei! Ei! Ei! Calma, rapaz! Sei que o baque é duro, mas respire.
Ficamos os três em silêncio por uns 10 minutos, até que comecei sentir que a tontura tinha passado e consegui me levantar. Era como se eu estivesse acordando de um nocaute dado por um campeão de UFC.
-Peço desculpas, doutor Vasquez, mas não tenho mais o que dizer nesse momento, essas fotos acabaram comigo, e não estou com cabeça para mais nada.
-Tudo bem! Vá para casa, termine com essa putinha, sem violência, porque isso seria ruim para mim e para o nome da empresa, e pense na minha proposta. Sua vida de sonhos virou um pesadelo, aproveita o embalo e se casa logo com a minha filha, além de levar uma bolada, se esse casamento der certo, num futuro próximo, você estará ocupando a minha cadeira e mexendo com centenas de milhões todos os anos, nem vai mais se lembrar dessa safada. Espero a sua resposta até amanhã à tarde, lá no meu discreto randevu.
Era hora de acertar as contas com Elisa e ainda tinha que arrumar um jeito de me safar da proposta absurda de Vasquez.
Muito bom e cativante a leitura , mas ficou sem defecho .
aguardo ansioso a segunda parte